Sedentarismo, dormir mal, fumar e beber álcool são algumas das práticas que aumentaram significativamente durante a pandemia, aumentando o risco de depressão, ansiedade e stress.
Os males e a mortalidade da Covid-19 são bem conhecidos pela população, após meses de extensiva repetição nos meios de comunicação. O perigo direto do vírus, nesse sentido, é conhecido pela maioria de nós.
Apesar disso, existem outros males da pandemia que são altamente prejudiciais à saúde, mas permanecem invisíveis. Um estudo publicado na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health verificou que as alterações no estilo de vida causadas pela pandemia e pelo isolamento social estão na raiz desses males invisíveis.
O estudo, realizado na Austrália, apontou que 49% dos participantes apresentaram aumento do sedentarismo, 41% declararam piora na qualidade do sono, 27% afirmaram ter aumentado o consumo de álcool, e 7% aumentaram o consumo de cigarro.
Segundo os pesquisadores, essas mudanças no estilo de vida das pessoas aumentam os riscos de depressão, ansiedade e stress. O stress, por sua vez, aumenta os riscos para uma série de doenças, incluindo problemas cardiovasculares.
Paradoxalmente, as pessoas aumentam a frequência dessas práticas justamente para tentar combater o stress, a depressão e a ansiedade que ocorrem durante o isolamento social. Ocorre, portanto, um ciclo vicioso.
É fundamental, durante a pandemia, que a preocupação com um estilo de vida saudável esteja na pauta das prioridades de todas as pessoas que tiveram suas vidas alteradas pelo isolamento social.
Estudo original:
Stanton, R., To, Q. G., Khalesi, S., Williams, S. L., Alley, S. J., Thwaite, T. L., ... & Vandelanotte, C. (2020). Depression, Anxiety and Stress during COVID-19: Associations with Changes in Physical Activity, Sleep, Tobacco and Alcohol Use in Australian Adults. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(11), 4065. doi: https://doi.org/10.3390/ijerph17114065
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